SAUTCHUK,
Inez. Prática de morfossintaxe. 2ª Edição. São Paulo: Manole, 2010 (P. 01
– 13)
O Que é Mofossintaxe 1
Os
estudos gramaticais
O
estudo da gramática de uma língua costuma ser feito, pedagogicamente, sob
quatro aspectos, conforme as unidades linguísticas em estudos: fonemas,
morfemas e palavras sintagmáticas e frases, e unidades semânticas em geral. A
cada um desses tipos de unidades linguísticas corresponde uma determinada área
de estudo, ou seja, fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. (p.01)
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São
consideradas bem formadas todas as construções que não desobedeceram à
gramática da língua, isto é, a qualquer uma de suas leis, não só àquelas que
sejam consideradas normativas, mas principalmente àquelas que sejam constitutivas
dessa gramática. (p.02)
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A
língua como um sistema – fenômeno que lhe garante a unidade e a identidade secular
– permite, porém, muitas realizações concretas e a identidade secular –
permite, porém, muitas realizações concretas individuais que veriam mediante um
emaranhado de fatores e que representam a diversidade de uso. É por isso que,
em pleno século XXI, um falante do português consegue identificar como escrito
em Língua Portuguesa um texto do século XVI, ainda que lhe cause “estranheza” o
uso diferente de algumas regras gramaticais e de um vocabulário diferente de
que ele conhece atualmente. Isso ocorre porque existe uma estrutura linguística
imutável que sustenta a língua e subjaz a quaisquer outras realizações que dela
se façam. (p.03)
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A
menor unidade significativa da língua, é o MORFEMA, que se combina a outros
morfemas para formar a unidade imediatamente superior, o VOCÁBULO (ou PALAVRA),
que, por sua vez, combina-se a outros vocábulos para formar o sintagma. À
unidade linguística denominada sintagma cabe o papel de representar
os constituintes imediatos da unidade imediatamente superior – a FRASE (ou ORAÇÃO). Finalmente, para ocupar o status de maior unidade
significativa e comunicativa da língua, elegemos o TEXTO, unidade pela qual todo falante exerce efetivamente sua
capacidade de “por uma mensagem”. Observe a sequência:
MORFEMA
= VOCÁBULO = SINTAGMA = FRASE = TEXTO.
(p.05)
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(p.05)
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OBJETOS:
representados pelos substantivos.
QUALIDADES:
representados pelos adjetivos.
AÇÕES:
representados pelos verbos. (p.06)
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As
unidades linguísticas que servem para nomear esses elementos, são chamadas de MORFEMAS LEXICAIS ou LEXAMAS. Aquelas que servem para
relacionar os primeiros são chamadas de
MORFEMAS GRAMATICAIS ou GRAMEMAS, pois
existe existem apenas no mundo gramatical. (p.06)
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Lexema:
o lexema é um tipo de palavra que contém informação básica de significado que
representa o mundo extralinguístico ou remete a ele. Chamamos esse mundo
extralinguístico de mundo biossocial/antropocultural, pois representa aquilo
que se poderia definir como “o ser humano e a sua cultura na vida em
sociedade”. Os lexemas constituem uma espécie de arquivo, de inventário
aberto, pois com a função de nomear essa realidade, podem apresentar um
crescimento contínuo e teoricamente infinito de palavras em uma língua. (p.06)
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Gramemas:
há um conjunto de palavras na língua que remete exclusivamente a um mundo gramatical
(apenas linguístico) e é restrito à função de apenas relacionar palavras. Se o
mesmo falante da língua lesse a palavra essa,
o ou mais, qual seria a imagem
mental representativa do mundo do mundo biossocial/antropocultural que se
formaria em sua mente? Ele conhece essas palavras, sabe que pertencem à Língua
Portuguesa, mas elas não têm carga semântica representativa. Essa categoria de
palavras serve, gramaticalmente, apenas para relacionar palavras do outro tipo
de arquivo, formando estruturas maiores, como essa árvore, o chorar, mais pesado. Esse tipo de palavra constitui
também um arquivo, mas um inventário
fechado, pois, em nossa língua, não se criam novos nem se modificam
gramemas há muito tempo. (p.07)
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Quando
os gramemas compõem a estrutura de um vocábulo, são chamados de gramemas dependentes, pois não têm
autonomia, ou seja, apenas fazem parte de uma espécie de matriz vocabular
anterior. Esse tipo de morfema gramatical aparece na língua sob forma de:
1)
Afixos
= Prefixos
Sufixos
2)
Vogais
temáticas
3)
Desinências
= Nominais (de gênero e número)
Verbais (de modo, tempo, número e pessoa)
(p.07)
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Quando
os gramemas têm autonomia vocabular e sozinhos constituem uma palavra, recebem o nome de gramemas independentes. É o caso dos artigos, dos pronomes, dos
numerais, das preposições das conjunções e dos advérbios pronominais. (p.08)
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Grupo: Morfomaniacos.
Integrantes: Chiara,
Diana, Mariana e Victor.
Grupo: Morphosyntax learners (Assis, Eliézer, Humberto, Leandro e Leonardo)
ResponderExcluirFichamento muito bom; sintetiza bem aquilo que foi exposto no capítulo I do livro da Inez Sautchuk. Os pontos principais encontram-se presentes no texto; tais como as áreas de estudo da língua, as condições para que uma construção linguística seja considerada bem formada e o fato de as unidades se combinarem, formando unidades linguísticas superiores até chegarmos ao texto - fator que Sautchuk chama de "hierarquia gramatical". Logo depois, podemos verificar uma explicação dos principais conceitos abordados no livro: os lexemas e os gramemas. Esses primeiros possuem uma carga social/cultural e, portanto, estão sempre se ampliando, expandindo-se. Já os gramemas não existem senão no mundo gramatical, servindo para relacionar, ordenar os lexemas. Abaixo, faz-se uma distinção importante: a diferença entre os gramemas dependentes e independentes. Como já dito, o fichamento está bem objetivo e claro, sendo um recurso bastante útil no intuito de estudar a morfossintaxe de maneira mais direta (quando já se possui conhecimento do texto integral presente no livro).
Eu gostei muito deste fichamento. Estou a fazer um resumo da obra de Inez.
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