Grupo: Morphosintax learners (Assis, Eliézer, Humberto, Leandro e
Leonardo)
Referência: SAUTCHUK, Inez. Prática de
morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo)sintática. 2. ed. Barueri,
SP: Manole, 2010. p. 24-34.
·
O verbo
O verbo constitui quase toda a riqueza
formal da língua, tornando-se assim facilmente identificável. Os verbos são os
únicos com desinências próprias de número, tempo, pessoa e até modo. As
palavras que são supostamente verbos não se deixam anteceder pelo determinante ou
pela palavra “tão” e nem costumam aceitar o sufixo “–mente”; sendo assim mais fácil
diferenciar de adjetivos e substantivos.
O verbo é uma das classes gramaticais
mais fáceis de ajustar a uma identificação morfossintática, porque não deixa de
ser sempre uma palavra inevitavelmente marcada por desinências
número-pessoais/modo-temporais e vinculada a um pronome do caso reto, ainda que
não expresso no enunciado.
Este fato mostra que o falante não precisa usar pronome na oração.
·
Advérbios
A
classe dos advérbios, em português, é complexa de descrever e classificar
devido à sua acentuada mobilidade semântica e funcional. Em uma construção
linear (no eixo sintagmático), sua condição de palavra periférica é bastante
perceptível; isto é, funciona como satélite de um núcleo; sendo assim sempre
vinculado a um verbo, adjetivo ou advérbio.
O
vínculo que o advérbio tem com o adjetivo é peculiar. A maioria das vezes surge
como intensificador (muito, demais, menos/mais) ou como seu modificador. Nesse
caso, pode-se mesmo afirmar que, se o adjetivo é o grande modificador do
substantivo, o advérbio é o grande modificador do adjetivo! Com a combinação de
adjetivos e advérbios modificadores, é possível conseguir uma gama muito
interessante de efeitos de sentido:
·
Graus
dos advérbios
São
dois os graus do advérbio: comparativo e superlativo.
O
grau comparativo pode ser de igualdade. Exemplo:
“Ele
chegou tão cedo quanto o colega.”
De superioridade. Exemplo:
“Ele
chegou mais cedo que o colega.”
De
inferioridade. Exemplo:
“Ele
chegou menos cedo que o colega.”
Já
o grau superlativo pode ser analítico, no qual a indicação de aumento de grau é
feita por outro advérbio. Exemplo:
“Cheguei
muito cedo.”
E
o grau superlativo pode ser sintético: a presença de sufixo indica o grau.
Exemplo:
“Cheguei
cedíssimo.”
O
fato de se conceituar advérbios como palavras que indicam diferentes
circunstâncias (como modo, tempo, lugar, dúvida, instrumento, companhia e
tantas outras) implica um aspecto semântico de classificação, que, como
mencionado, tem caráter subjetivo, falho e simplista. Para evitarmos equívocos
decorrentes do uso exclusivo desse critério ("advérbio é apalavra que exprime uma
circunstância"), sugerimos o uso de um critério morfossintático de identificação.
As
demais classes de palavras constituem, como já comentado, um inventário ou um
sistema fechado da língua e, como tal, podem ser memorizadas. Casos mais
específicos de uso não são nossa preocupação no momento, podendo-se recorrer a
qualquer gramática normativa para conferi-los. Entretanto, será sugerido, logo
adiante, seu agrupamento em categorias linguísticas mais eficientes para serem
aprendidos.
·
Interjeições
São
muitas as situações em que se podem empregar interjeições das mais variadas
espécies (de apelo, de alívio, de dor, de impaciência, de satisfação etc.). Em
qualquer caso, é palavra ou expressão que segue
à risca seu sentido etimológico de palavra interjecta, isto é, lançada entre os outros elementos
oracionais. Como tal, não tem relação sintática com nenhum outro termo, apesar
de poder, sozinha, constituir uma frase/oração.
·
As
outras palavras do inventário fechado
As
palavras que vêm do inventário fechado, os
morfemas gramaticais independentes, podem ser agrupadas de acordo com papéis
fixos que venham a exercer morfossintaticamente.
A possibilidade de agrupamento parece
ser uma melhor alternativa à de apenas "decorar" aleatoriamente
grupos de palavras como variáveis e invariáveis. A partir desses conjuntos, é
possível entender melhor as classes de palavras que os compõem, observando, em
textos, todas as possibilidades de uso e de expressão.
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