Integrantes: Aline Carvalho, Camila Navarro, Paola Oliveira, Renata Batista e Soffia Barros
SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. 2ª Edição. São Paulo: Manole, 2010 (Pag. 9 – 18)
Olá Galera! Como tá do lado daí?
No post de hoje, retomamos o papo
sobre Morfossintaxe! Vamos lá?
Por que Morfossintaxe?
“Nada na língua
funciona sozinha”
É necessário sempre que
se organizem ao menos em duas unidades.
É preciso que se juntem
um radical ( o lexema “puro” livr-, por exemplo) e uma desinência (um gramema dependente, como
–o) para que tenhamos um vocábulo autônomo (livro), ou para que se forme um sintagma nominal (o seu livro,
por exemplo) a partir de um artigo
somado a um pronome possessivo e a
um núcleo substantivo.
Até mesmo um texto
verbal não se constitui se não se aliar ao menos um signo linguístico a um contexto
e assim por diante.
“Na lingua as formas se definem em oposição a
tantas outras que com elas mantenham a mesma função.”
É esse principio que
justifica, a possibilidade de se diferenciar mata de pata,
corri
de corremos, os lobos de estes
lobos e assim por diante.
Quando o falante da
língua produz qualquer enunciado, está sempre articulando duas atividades
linguísticas básicas: a de escolha de uma forma e a de relação dessa forma com
outra.
O ato de escolher
realiza-se entre os dois arquivos: o acervo que esse falante possui de unidades
linguísticas que pertencem ao sistema fechado da língua (os gramemas) e o das
unidades que pertencem ao sistema aberto (os lexemas). A relação existe quando
essas unidades se dispõem em uma linha imaginaria que, no caso do português, é
horizontal e da esquerda para a direita. Os signos linguísticos devem
ordenar-se no tempo, segundo essa linha imaginária, em uma sequencia chamada CADEIA FALADA.
A escolha entre o
acervo virtual realiza-se numa linha vertical que contem todas as
possibilidades: a este conjunto de unidades em ausência no discurso é que
chamamos de EIXO PARADIGMÁTICO. Ao
arranjo que se vai estabelecendo, mediante leis de construção ou de relação da
língua, com as unidades em presença no discurso, chamamos de EIXO SINTAGMATICO.
Poderíamos fazer outro
“corte” vertical e encontrar outras formas possíveis de serem escolhidas:
RADICAL
|
SUFIXO
|
DESINÊNCIA
|
Filh-
|
-inh
|
-o
|
-arad
|
-a
| |
-ote
|
-s
| |
Ferr-
|
-eir
|
-o
|
RADICAL
|
VOGAL TEMATICA
|
DESINENCIA MODO-TEMPORAL
|
DESINENCIA NUMERO-PESSOAL
|
Estud-
|
-á-
|
-va-
|
-mos
|
Falh-
|
-a-
|
-rie-
|
-is
|
Receb-
|
-e-
|
-ria-
|
-s
|
Toss-
|
-i-
|
-ría-
|
-mos
|
No eixo sintagmático, a
oração se forma pela junção de unidades escolhidas que mantem entre si relações
muito especificas. Repare como, no esquema a seguir, as palavras o,
esse
e meu
relacionam-se e concordam, respectivamente, com menino, garoto e filho,
assim por sua vez, o primeiro bloco relaciona-se com o segundo e o segundo com
o terceiro.
O menino
|
Atirava uma
pedra
|
Pela janela.
|
Esse garoto
|
Jogava a
bola
|
Na vidraça.
|
Meu filho
|
Guardou essa
figura
|
Na
lembrança.
|
Todo recorte, para efeito de analise linguístico, que for feito “na
vertical” estará necessariamente envolvendo um estudo morfológico da língua. É
como se uma única palavra fosse colocada em um microscópio e estudada
isoladamente.
Será sempre de caráter sintático o
estudo que envolver relações entre pelo menos duas unidades que estão nessa
linha imaginaria horizontal, isto é, no eixo sintagmático. É por isso que se
diz que o campo de atuação da SINTAXE é o eixo sintagmático e o da
MORFOLOGIA
é o eixo paradigmático.
Pode-se deduzir que, na verdade, a língua funciona morfossintaticamente e que, portanto, seu estudo mais eficiente é
feito considerando-se a MORFOSSINTAXE.
Todas as funções sintáticas contraídas no eixo sintagmático são
confirmadas, originadas ou autorizadas pela base ou natureza morfológica das
unidades envolvidas nessas relações.
A CLASSIFICAÇÃO MORFOLOGICA DAS PALAVRAS
Considerações sobre os critérios para a classificação das palavras
As palavras são agrupadas em varias classes, conforme a semelhança de
forma que apresentam paradigmaticamente, ou conforme o tipo de funções que
podem desempenhar no eixo sintagmático ou, ainda, conforme o sentido que podem
expressar. A existência dessas classes gramaticais é justificada tanto pela
necessidade de se organizar um repertorio tão grande de palavras quanto pelo
fato de elas constituírem um modelo: tem características mórficas (estruturais)
que permitem contrair ou não determinadas funções sintáticas, propiciando
diversas expressões de sentido.
Percebe-se, assim, como forma,
função e sentido estão intimamente ligados para explicar qualquer fenômeno
linguístico. A FORMA define-se
segundo os elementos estruturais que vierem a compor ou decompor paradigmaticamente
as palavras; a FUNÇÃO, conforme a
posição ocupada no eixo sintagmático; e o SENTIDO
depreende-se da relação de ambas as coisas, quase sempre associado a fatores de
ordem também extralinguística.
Fator sintático que interfere na produção de sentido:
Homem grande
|
Grande homem
|
Funcionário novo
|
Novo funcionário
|
Uma mesma estrutura sintática pode
apresentar sentidos diferentes, ainda que os componentes paradigmaticos
sejam da mesma classe gramatical:
Este
|
é
|
o
|
romance
|
mais
|
bonito
|
de
|
Jorge Amado
|
Este
|
é
|
o
|
terno
|
mais
|
bonito
|
de
|
Jorge Amado
|
Em relação à categoria dos três lexemas básicos que referem o mundo
biossocial/antropocultural a gramatica tradicional menos evoluiu na tarefa de
conceitua-los:
A Semantica adotada pela Gramatica Tradicional
| |
3 lexemas
basicos
|
conceito
|
Substantivo
|
A palavra que dá nome aos seres
|
Adjetivo
|
A palavra que da qualidade aos seres
|
Verbo
|
A palavra que exprime ação, fenômeno ou estado.
|
Além de a definição de substantivo envolver um conceito tão abstrato e
filosófico como ser, também as definições de adjetivo e de verbo seguem o mesmo
esquema de raciocínio.
Parece que as crianças tem aprendido na escola o que é um substantivo,
adjetivo ou verbo, apesar dessas definições e não por causa delas.
Os linguistas mais modernos preferem apoiar-se em explicações de caráter
formal semântico, por serem mais confiáveis, uma vez que dispensam exigências
subjetivas de analise. Se nos tivermos a características e a mecanismos
essencialmente de caráter morfossintáticos ( ou só mórficos, ou só sintáticos)
da língua, veremos que é possível
reconhecer com mais segurança as palavras que constituem o seu sistema lexical
aberto – exigência imprescindível, já que é impossível decorar todo esse
acervo.
E por hoje é
só! Espero que vocês tenham gostado e deixe seu comentário!
Até mais!
A morfo é responsável por dar sentido a língua no âmbito gramatical. Cada letra, palavra, oração, texto e etc possuem as mais complexas maneiras de estuda-las e a morfossintaxe nos ajuda a entender tudo isso.
ResponderExcluirMorphosyntax learners (Assis, Eliézer, Humberto, Leandro e Leonardo)